Em janeiro de 2013, a capela da comunidade foi incendiada, pouco antes da cerimônia que lembraria o aniversário do assassinato do líder rural Raimundo Pereira da Silva, morto pelas costas em janeiro de 2010. Ele é um dos três líderes rurais assassinados a tiros desde o fim da década de 1980, e ninguém foi julgado pelos crimes.
O promotor de justiça Haroldo Paiva de Brito, titular da 38ª Promotoria de Justiça Especializada em Conflitos Agrários, atendeu rapidamente as solicitações do Ouvidor Agrário Nacional, tendo se dirigido até o município de Codó e à comunidade de Vergel para registrar as declarações do trabalhador rural Antonio Izídio Pereira da Silva, que está ameaçado de morte. Acompanhado padre José Wasensteiner, o promotor adotou importantes providências. Cópia do depoimento da vítima e as demais medidas cautelares adotadas já foram encaminhadas para a Ouvidoria Agrária Nacional. Abaixo a correspondência enviada pelo promotor de justiça Haroldo Paiva de Brito
Comunico que na última quinta-feira, dia 6 do corrente, estive na Sede das Promotorias de Codó, onde tomei por termo o depoimento do Senhor ANTÔNIO IZÍDIO PEREIRA DA SILVA, que estava acompanhado do Padre JOSÉ WASENSTEINER, onde coloquei o serviço de proteção à testemunhas e vítimas do PROVITA à sua disposição. Orientei-lhe, ainda, a evitar andar só, e sair à noite.
Também já disponibilizei meus números de celulares, institucional e pessoal, para contato a qualquer hora do dia.
Em seguida, após outra audiência, dirigi-me à Comunidade Vergel, onde mantive contato com pessoas da Comunidade, inclusive com o denunciado, o Senhor conhecido “Diel”, filho do Senhor DÁRIO, onde pude constatar que o mesmo não se encontrava armado.
Em sequência, dirigi-me à residência do Senhor ANTÔNIO IZÍDIO, que não se encontrava em casa, mas pude conversar com seu filho e esposa. Que relataram da animosidade entre as famílias.
Não vislumbrei, ao menos no momento em que me encontrava na respectiva Comunidade, qualquer sinal de temor, animosidade latente entre os envolvidos, ou pessoas armadas na região.
Registro que não avisei a ninguém que iria àquela Comunidade, chegando ali, sem qualquer aviso prévio.
De toda sorte, foi posta à disposição do Senhor ANTÔNIO IZÍDIO a possibilidade de, imediatamente, ingressar no programa de proteção à testemunha e/ou vítimas do PROVITA.
Ao ensejo, coloco-me à disposição dessa Ouvidoria Agrária, da Secretaria de Segurança, demais Autoridades e integrantes da Sociedade Civil Organizada, para quaisquer outros esclarecimentos que entenderem pertinentes.
Atenciosamente,
HAROLDO PAIVA DE BRITO
Promotor de Justiça Titular da 38a Promotoria de Justiça Especializada em Conflitos Agrários