Foram 86 assassinatos e mais de 140 fugas, sem falarmos nas dezenas de conflitos registrados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, que proporcionaram desmoralização nacional e internacional ao Maranhão pela exacerbada violência, com a banalização da vida dentro dos cárceres. Durante o período tivemos oportunidade de assistir as mais diversas manifestações de segmentos dos poderes constituídos, inclusive até farsas armadas pelo ministro José Eduardo Cardoso, da Justiça e a governadora Roseana Sarney, com a criação do Comitê de Gestão Integrada, que veio com a determinação de orientar, acompanhar, fiscalizar e determinar o cumprimento de todas as ações emanadas do colegiado. Nunca funcionou e para exemplificar a incompetência total do tal comitê, a construção de novas unidades prisionais e a recuperação de várias outras, nenhuma delas foi concluída. Apenas uma com obras em andamento já recebe presos, muito embora a governadora Roseana Sarney, tivesse anunciado que as primeiras unidades seriam totalmente concluídas a partir de dezembro de 2013. A governadora e instituições estaduais e federais integrantes do Comitê de Gestão Integrada foram de uma irresponsabilidade à toda prova, concorrendo para que aproximadamente 30 assassinatos fossem praticados no presente exercício, não havendo posicionamento de cobrança por alguém integrante do colegiado.
Dentro do contexto dos omissos estava a Pastoral Carcerária. Diante das barbáries e de todas as violações aos direitos humanos, o seu silêncio foi vergonhoso e deu plena demonstração de comprometimento, com o exercício da coordenação religiosa do Complexo de Pedrinhas e Imperatriz, exercida por religiosos da pastoral, e que inclusive teriam remuneração. Durante uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado, a participação da Pastoral Carcerária foi pífia e o silêncio se constituiu no seu maior compromisso. Ao receber um boletim da pastoral carcerária nacional leio com bastante surpresa, de que na próxima semana a CNBB do Maranhão realizará uma assembleia regional na cidade de Caxias, com o objetivo de informar a sociedade sobre a importância do trabalho da Pastoral Carcerária no Maranhão, com o tema: Evangelizando e promovendo liberdade. Os participantes devem elaborar um planejamento de ação para 2015 e eleger uma nova coordenação.
Espera-se que haja uma ampla reflexão e direcionamento correto e transparente sobre o que é Pastoral Carcerária, qual a profissão de fé para o exercício de um trabalho sério, solidário, fraterno e sem qualquer remuneração, vendo em cada presidiário o sofrimento e o sangue que Jesus Cristo derramou para salvar os pecadores.