Por decisão do juiz Ricardo Macieira, da 8ª Vara Federal foi feita a imissão de posse de 50 famílias das 160 que deixaram as terras awá guajá no município de São João do Caru. Com a desintrusão das terras indígenas, as famílias cadastradas pelo INCRA para serem assentadas em outras áreas de reforma agrária. Infelizmente, apesar do compromisso assumido com o Ministério Público Federal e a Justiça Federal com a participação da Fetaema, o ex-superintendente e a atual da instituição não tiveram a devida competência para honrar com o acordo celebrado. Eles afirmaram que o INCRA Nacional havia liberado recursos para a desapropriação de áreas para as 160 famílias e posteriormente apresentaram desculpas não convincentes. As famílias prejudicadas pediram ao juiz federal José Carlos do Vale Madeira, que seja feita uma auditoria no INCRA do Maranhão para certificação quanto a questão dos repasses para um esclarecimento que se faz necessário.
A verdade é que as 50 famílias assentadas na fazenda Jaguaribe, no município de Pedro do Rosário que desde o mês de janeiro estavam vivendo em condições miseráveis entre o arame das propriedades rurais e o asfalto das estradas, com improvisações de casebres cobertos por lonas. As famílias informaram a Secretaria de Reforma Agrária da Fetaema, que estão esperando pelos benefícios assegurados em acordo para deixarem as terras awá guajá. Eles já informaram que se houver demora voltarão a ocupar a sede do INCRA em São Luís. Por outro lado as 110 famílias restantes que se encontram jogados por diversos municípios, inclusive no distante município de Parnarama, aguardam com muita ansiedade que o INCRA faça a sua parte desapropriando áreas nas proximidades de São João do Caru para que elas sejam assentadas. As lideranças afirmaram para Maria Lúcia Vieira, Secretaria de Reforma Agraria da Fetaema, que estão dispostos a retornarem para as terras indígenas, uma vez que se sentem enganados e perderam a harmonia familiar e viver com dignidade, com prejuízos maiores para as crianças que estão sem estudar e os idosos em permanentes stress, com receios de viverem como nômades. O problema assume proporções sérias e graves, mas a Justiça Federal já advertiu a direção estadual do INCRA, que poderá responsabilizar judicialmente tanto o ex-superintendente a atual, por deixarem de honrar compromissos com as famílias que deixaram as terras indígenas awá gujá.