Jornal britânico Financial Times diz que Bolsonaro está se autodestruindo

O jornal britânico Financial Times, uma das principais publicações de negócios do mundo, publicou editoral nesta terça-feira (28) em que afirma que o presidente Jair Bolsonaro está reunindo as condições para seu próprio impeachment.

“Amante de teorias da conspiração, Bolsonaro acusou repetidamente os oponentes de conspirar para derrubá-lo. A realidade é que o presidente do Brasil está justificando seu impeachment sozinho”, diz o editorial – publicação que expressa a opinião do veículo.

Chamando o brasileiro de ‘Trump dos trópicos’, em referência ao presidente americano, Donald Trump, a publicação diz que Bolsonaro parece decidido a se juntar a seus antecessores no chamado ‘hall de horrores’ dos presidentes brasileiros. Segundo o jornal, desde o retorno à democracia, em 1985, apenas o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deixou a Presidência com a reputação intacta.

Para o Financial Times, a saída de Sérgio Moro do governo é bastante séria porque ele era tido como um herói pela base conservadora do presidente e também pela suposta problemática que envolve a interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal. O jornal cita, ainda, as suspeitas de que as manobras de Bolsonaro na corporação visavam proteger seus filhos de processos referentes a financiamento ilegal de campanhas e ligações com as milícias.

“Se comprovadas, as alegações explosivas de Moro podem constituir motivos de impeachment. Elas desencadearam a pior crise política do Brasil desde que Dilma Rousseff sofreu impeachment em 2016”, diz o texto.

O jornal também classifica Bolsonaro como apostador de longa data e afirma que ele apostou cada vez mais ao negar a seriedade do coronavírus. “O Brasil testou tão pouco que os números oficiais não são confiáveis, mas mesmo esses mostram a infecção se espalhando rapidamente. O pico ainda está por vir e o sistema público de saúde já está com dificuldades”, alerta.

Em referência ao conto O Médico e O Monstro, o jornal afirma que a faceta do monstro assumiu a administração pública. De acordo com o editorial, o sentimento positivo angariado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, evaporou e deu lugar a uma crise que possui três faces: uma profunda emergência de saúde pública, uma profunda recessão econômica e uma calamidade política.

Sobre a situação econômica brasileira, a publicação frisa que a alta dependência das commodities torna a economia do país vulnerável. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o PIB do Brasil vai encolher 5,3% este ano, número muito pior do que o da África subsaariana.

“Por enquanto, seus principais apoiadores mantêm adesão a ele [Bolsonaro]. Mas antigos apoiadores do Exército estão ficando desconfortáveis”, continua o texto, pontuando, também, que o Congresso está começando a agir e lembrando que há rumores de saída de outros ministros.

Congresso em Foco

 

Datafolha registra queda de 8% do apoio dos brasileiros ao isolamento social ao Coronavírus

O isolamento social é uma medida que divide os brasileiros, de acordo com a mais recente pesquisa Datafolha publicada nesta quarta-feira (29). Desde o início da pandemia do novo coronavírus, há um empate técnico entre os que defendem a volta ao trabalho da parcela da população que está fora dos grupos de risco e os que apoiam a continuidade do isolamento para todos que puderem.

A porcentagem de brasileiros que defendiam o fim do isolamento social para certa parcela da população passou de 37% no início de abril, para 41% no dia 17 de abril e agora está em 46% de acordo com o instituto que realizou a pesquisa na última segunda-feira (27).

Os que apoiam o isolamento a todos que puderem, independentemente de grupos de riscos, foram de 60% no início para 56% no dia 17 e, agora, registram 52%,

1.503 brasileiros foram entrevistados em todos os estados do país. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais.

Sem apresentar nenhuma evidência científica, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem sistematicamente defendendo o “isolamento vertical”, ou seja, quarentena apenas para idosos e pessoas nos grupos de risco. A OMS (Organização Mundial da Saúde), no entanto, defende o isolamento amplo.

Isso pode explicar o fato de que quem apoia a volta ao trabalho de quem não está no grupo de risco é exatamente a parcela que avalia o governo Bolsonaro como ótimo/bom (67%). São 26% os que consideram a gestão ruim/péssima (26%).

Nos últimos dias, estados e municípios tem anunciado planos e medidas para retomar as atividades num futuro próximo.

Em São Paulo, por exemplo, o governo diz haver um plano para reabertura gradual do estado a partir do dia 10 de maio. A gestão de João Doria (PSDB) promete dar mais detalhes sobre o assunto no próximo dia 8. De acordo com o boletim mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil registra 5.017 mortos e 71.886 casos do novo coronavírus.

Yahoo Notícias e Folhapress                                                                     

 

Na pandemia do Codivd-19 Brasil identifica mais de 600 mil casos de dengue

Ministério da Saúde registra 221 óbitos em decorrência da doença; outros 208 casos estão sendo investigados

Mesmo com o crescente número de casos da Covid-19 no Brasil, a população não pode esquecer de um velho conhecido: o mosquito Aedes aegypt. De acordo com o boletim epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde, o Brasil registrou, até o momento, 603.951 casos prováveis de dengue. A taxa de incidência da doença é de 287,4 por 100 mil habitantes.

Em relação aos casos fatais, o Ministério da Saúde registrou 221 mortes. Outros 208 óbitos em quatro regiões do país permanecem em investigação.
A taxa de letalidade por dengue foi maior entre os idosos a partir dos 60 anos, que representam 58,4% das vítimas fatais. Dentro dessa categoria, os mais acometidos foram aqueles com 80 anos ou mais.

Entre os quatro sorotipos da doença, o tipo 2 foi predominante no país, com exceção da região Nordeste, onde o tipo 1 foi mais comum. Houve ainda registro de circulação simultânea de três dos sorotipos da doença em alguns estados, como em Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.

Boa parte dos criadouros, segundo o Ministério da Saúde, está dentro das residências. “O mosquito pode completar o seu ciclo de reprodução, da eclosão do ovo até o inseto adulto, em dez dias. Então, a gente chama a população para participar efetivamente para reduzir os criadouros dentro dos domicílios”, explica o coordenador-geral em Arbovirose do Ministério da Saúde, Rodrigo Said.

Dados regionais

Segundo o Ministério da Saúde, entre as regiões do Brasil, o Centro-Oeste é a que apresenta maior incidência de dengue. São 709,5 casos por 100 mil habitantes, e 15.631 registros confirmados da doença nos quatro estados que compõem a região.

Mato Grosso do Sul tem quase 41 mil casos confirmados. Goiás tem cerca de 31,5 mil, Mato Grosso já registrou 22 mil ocorrências de dengue, e, por último, aparece o Distrito Federal, com 20,6 mil casos.

Na região Sul, o Paraná é o líder nacional em número de casos confirmados, com 202 mil. Está muito à frente dos outros estados da região. O Rio Grande do Sul tem cerca de 2,2 mil confirmações de dengue, enquanto Santa Catarina tem 3.142.

No Nordeste, a Bahia se distancia dos demais estados. São mais de 21 mil casos em território baiano. Ceará aparece na segunda colocação da região, com 7 mil registros. Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão e Paraíba tem, respectivamente, 5 mil; 3,5 mil; 1,8 mil; e 1,7 mil casos confirmados.

Alagoas (614), Piauí (505), e Sergipe (247), são alguns dos poucos estados que apresentam menos de mil ocorrências de dengue.

Já na região Norte, o Amapá tem o número mais baixo de casos. São 42, de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. O Acre tem a maior incidência de dengue da região, com 4 mil registros. Na sequência aparecem o Amazonas (3.510), o Pará (3.024), Rondônia (2.100), Tocantins (1.565), e Roraima (524).

Zika e chikungunya 

O mosquito Aedes aegypt também é responsável pela transmissão da Zika. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam que, até o momento, há 2.058 casos prováveis da doença no Brasil.

Assim como no cenário da dengue, a região Centro Oeste tem a maior taxa de incidência entre as cinco regiões do país – 1,9 casos por 100 mil habitantes. A média é maior do que a nacional, que é de 1 caso por 100 mil habitantes.

Além da dengue e da Zika, o Aedes aegypt transmite ainda o vírus da chikungunya. Segundo a pasta da Saúde, foram notificados 17.636 casos prováveis da doença no país em 2020. O estado da Bahia concentra 28,9 % das ocorrências de chikungunya do Brasil, o Espírito Santo reúne 22,6% das notificações e o Rio de Janeiro tem 16,6% dos casos.

“Nós estamos no início da sazonalidade de doenças respiratórias. Então é natural que a gente tenha uma sobreposição da epidemia de coronavírus, com a epidemia de influenza, com a epidemia de dengue, chikungunya, Zika”, destaca o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira. Dengue e Covid-19

Com a quarentena vigente em grande parte do país, os cuidados em casa com possíveis criadouros precisam ser reforçados. “O mosquito Aedes aegypt é um mosquito domiciliar. Ele fica dentro habitações, construções, galpões, locais comerciais. Com o isolamento social, as pessoas ficaram mais expostas ao mosquito”, ressalta o médico infectologista do Hospital das Forças Armadas de Brasília, Hemerson Luz. Deve-se ficar atento também aos sintomas de cada doença. Dengue e Covid-19 tem alguns pontos em comum, como febre, fadiga e cansaço. “O que se pode diferenciar entre os dois quadros são os sintomas respiratórios, como a falta de ar, a tosse seca, a coriza, que são usualmente comuns nos casos da Covid-19”, diz o doutor Hemerson Luz.
Agência do Rádio MAIS

 

FUNAI distribui mais de 3,8 mil cestas básicas para indígenas no Maranhão

Intuito do órgão é garantir a segurança alimentar e minimizar a circulação dos índios durante o período de maior circulação do coronavírus

A Fundação Nacional do Índio (Funai) distribuiu 3.850 cestas básicas para famílias de seis terras indígenas no Maranhão. O quantitativo se refere ao que foi doado durante o mês de abril, segundo o órgão. A estratégia da Funai com a entrega das cestas é contribuir, também, para o isolamento das aldeias em tempos de pandemia e maior propagação da Covid-19.

Do total de cestas básicas, 2.050 foram doadas pela própria Funai, que investiu cerca de R$ 250 mil. Outras 1.800 vieram a partir da contribuição do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), e pelas empresas Suzano e Vale. Essas empresas também doaram kits de higiene e limpeza.

A operação contou com apoio logístico da Eletronorte, que disponibilizou um caminhão e duas camionetes. A Prefeitura de Jenipapo dos Vieiras, também colaborou com uma equipe de apoio e um caminhão.

O Ministério da Saúde e especialistas da área já demonstraram preocupação com a saúde dos índios dada a circulação do coronavírus. Segundo as autoridades em saúde, essa população sempre foi muito vulnerável a doenças respiratórias, caso da Covid-19.

Agência do Rádio MAIS

 

 

 

Manaus não testa para Covid-19 entre 30% e 40% de seus mortos. Há suspeitas em outras cidades

Socorro de Souza da Silva, de 51 anos, jamais saberá a causa da morte de seu filho primogênito. Adriano Rodrigues tinha 37 anos e morreu no início da manhã de segunda-feira na casa de sua avó, na periferia de Manaus. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu. Na pequena casa, Socorro diz que ouviram Adriano tossir bastante durante a noite. Na madrugada, ele parecia estar engasgando. De manhã, quando a avó de Adriano foi acordá-lo, ele estava morto.

“Eu não sei o que houve, ele bebia muito, eu dizia para ele parar de beber, mas não sei, tinha gente com a Covid lá na rua da minha mãe, mas ele não teve febre, ontem a noite mesmo ele estava bem, falou comigo, não sei, não sei o que aconteceu”, contava Socorro, derramando as palavras como se fossem lágrimas de uma mãe que acabou de perdeu o filho. Socorro velou o corpo do filho por quase 10 horas na casa de sua mãe até que o serviço funerário da prefeitura de Manaus aparecesse para levá-lo a uma Unidade Básica de Saúde para que um médico atestasse sua morte.

Adriano chegou num rabecão acompanhado de outros três corpos, pessoas que como ele, morreram em casa. Estava embalado em um saco plástico, aberto, e dentro de um caixão simples, fornecido pela Prefeitura de Manaus gratuitamente para os moradores de baixa renda da cidade.

Seu exame necrológico durou menos de um minuto. O médico apalpou sua barriga inchada, checou as mãos já rígidas e as pontas dos dedos roxos, procurou por algum sinal de violência e mandou fechar o caixão. “Todos são assim, eu só procuro algum sinal de violência,”, me contava o médico pouco antes de lavrar o documento que atestou a morte de Adriano.

A causa de sua morte entrará para as estatísticas como indeterminada. “É óbvio que nesse momento todos esses corpos deveriam estar tendo testes para a Covid-19 coletados, mas aqui isso não esta acontecendo, nunca saberemos do que essas pessoas morreram.”, dizia ele, enquanto pedia aos funcionários do serviço funerário para trazer o próximo corpo.

Sistema de saúde está entrando em colapso e apenas os pacientes extremamente graves estão sendo recebidos. Ao longo desse mês de Abril cerca de outros 700 corpos de pessoas que morreram em suas casas passaram por exames necrológicos tão superficiais quanto os de Adriano. Assim como o que ocorreu com o filho que a dona de casa Socorro de Souza deu à luz quando ainda era uma menina de 14 anos, nenhum deles teve testes para a Covid-19 coletados.

“No começo, em março, nós ainda seguimos os protocolos da Organização Mundial de Saúde, ainda buscávamos fazer os testes em todas as pessoas que morriam em casa, que é como deve ser em tempos de pandemia”, diz  Marinelia Martins Ferreira, diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretária Municipal de Saúde de Manaus. “Mas nesse mês nenhum teste foi coletado, não temos recebido os testes do governo do Estado e não conseguimos comprá-los”, conta ela. “Basicamente não sabemos oficialmente do que as pessoas estão morrendo em suas casas aqui em Manaus”, diz Marinelia.

O Estado do Amazonas registrou até ontem 320 mortes por Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, a imensa maioria delas em Manaus e no mês de abril. Os números oficiais, no entanto, estão longe de representar a realidade do Covid-19. Quase todos estão lotados e recusam novos doentes. Há informações de denúncias feitas em outras cidades brasileiras de casos bem semelhantes. A Procuradoria Geral República, estaria solicitando investigações, atendendo a pedido do Ministério Público Federal e elas serão feitas pela Polícia Federal.

Yahoo Noticias

Segundo Datafolha, Brasil acredita mais em Sérgio Moro do que em Jair Bolsonaro

                                                                              Sérgio Moro

Após todo o ruído entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Sérgio Moro, o DataFolha mostra que o brasileiro acredita mais na versão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública.

Segundo pesquisa apurada pelo DataFolha nesta segunda-feira (20), feita por telefone com 1503 pessoas, 52%dos entrevistados afirmaram acreditar na versão de Moro e apenas 20% na de Bolsonaro. 6% não acreditaram em nenhum dos dois, 19% não souberam opinar e 3% acham que ambos estão certos.

Ainda de acordo com o DataFolha, 89% das pessoas tomaram conhecimento da saída do então ministro. Moro deixou o governo brasileiro na última sexta-feira (24), após o presidente exonerar,- contra sua vontade –  Maurício Valeixo, até então diretor da Polícia Federal. O ex-juiz da Operação Lava Jato acusou o presidente de interferência política no órgão. Questionados sobre a intenção de Bolsonaro em intervir politicamente na PF, 56% disseram que sim.

*com informações do Datafolha e O Globo

 

PRG encaminha ao STF documento do MPF sobre risco de desaparecimento de corpos da covid-19

O procurador-geral da República, Augusto Aras, encaminhou ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, uma nota técnica que aponta a possibilidade de ampliação do desaparecimento de corpos em razão da pandemia do novo coronavírus. O documento, elaborado por MPF (Ministério Público Federal), DPU (Defensoria Pública da União), Defensoria Pública do Rio e mais sete instituições, critica a definição de “procedimentos excepcionais” para sepultamento e cremação de corpos durante a pandemia. A nota técnica sugere, entre outras medidas, que os restos mortais de pessoas desconhecidas não sejam cremados, e sim enterrados, de forma a viabilizar eventuais exumações para confirmação posterior da identidade das vítimas.

Uma portaria elaborada em conjunto pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em vigor desde 30 de março, flexibilizou regras para declarações de óbito, sepultamentos e cremações de corpos, diante da escalada da crise do novo coronavírus. Até agora, já foram confirmadas mais de 4,3 mil mortes pela Covid-19 no Brasil.

Diversos municípios, como São Paulo, Rio e Manaus, estão correndo contra o tempo para abrir espaço nos cemitérios públicos e para conseguir armazenar corpos de pacientes mortos nos hospitais. A portaria permite que sepultamentos e cremações sejam feitos somente com as declarações de óbito emitidas pelas unidades de saúde, sem a certidão lavrada em cartório, caso não existam familiares ou conhecidos do paciente morto, ou mesmo por “exigência de saúde pública”.

A portaria tem ilegalidades e pode provocar uma legião de “desaparecidos da pandemia”, segundo a nota técnica elaborada pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional de Defesa da Cidadania. O grupo existe há um ano e está vinculado a um dos colegiados que atuam na Procuradoria-Geral da República (PGR), a 7ª Câmara, que cuida do controle da atividade policial e do sistema prisional.

Na última quarta-feira, o subprocurador-geral da República Domingos Sávio, coordenador da 7ª Câmara, encaminhou a nota técnica a Aras. O procurador-geral, então, enviou o documento ao presidente do STF no fim da tarde da última sexta. Toffoli preside o STF e o CNJ. O órgão de controle do Judiciário elaborou a portaria juntamente com o Ministério da Saúde. A pasta também recebeu a nota técnica.

“Ao não estabelecer nenhum mecanismo efetivo de controle acerca da informação sobre o obituado, e deixando a possibilidade de cremação nos mesmos parâmetros que o sepultamento, a portaria conjunta fere princípios basilares do campo do direito de personalidade, que marca a nossa sistemática jurídica”, cita o documento encaminhado por Aras a Toffoli. “Há ausência de regras para a adoção da cremação, que surge como uma possibilidade de ação discricionária do agente público.”

O grupo que funciona no âmbito da PGR afirma no documento que a portaria conjunta leva a “enormes inseguranças jurídicas e fomenta um cenário de ampliação para casos de desaparecimento, diante do não rigor do controle com os dados dos obituados”. “A possibilidade de um rol crescente de desaparecidos sob a alcunha de desconhecido, não reclamado, residirá nos estratos sociais mais empobrecidos. Serão negros, pobres, moradores de rua e, por óbvio, os presos nas instituições carcerárias, que já se encontram, em decorrência da pandemia, isolados, impedidos de verem seus familiares”, pontua a nota técnica.

O documento critica ainda o método encontrado pelo Ministério da Saúde para identificar vítimas da Covid-19 não identificadas por familiares e conhecidos: um “esparadrapo colado” ao corpo, envolto em sacos diversos. “É um cenário em que não se estabelece uma rigidez do local e forma como serão realizados e resguardados os dados sobre a vítima.”

A nova metodologia prevista para sepultamentos, com prazos estendidos para os registros dos óbitos, assim como a falta de “protocolos claros” para a cremação, com menos chances de identificações posteriores, levam a um “cenário trágico para dentro do já em crise sistema carcerário”, conforme o documento encaminhado por Aras a Toffoli. O documento cita o caso do Rio, onde a Secretaria de Administração Penitenciária autorizou que médicos da unidade declarem o óbito de presos, sem exame cadavérico e sem precisar passar por uma análise no Instituto Médico-Legal (IML). “O que está sendo gestado é o colapso do sistema de controle dos óbitos ocorridos dentro de espaços de privação de liberdade”, afirmam MPF e demais instituições que assinam a nota técnica.

O documento faz, ao todo, 12 recomendações. Entre elas estão o impedimento de cremações de pessoas não identificadas; a obrigação de que restos mortais sejam enterrados com etiqueta de identificação à prova d’água; a determinação para que os serviços funerários registrem que os sepultamentos ocorreram no contexto da pandemia; identificação clara e precisa das sepulturas; coletas de impressões digitais; impedimento de destruição de despojos de pessoas não identificadas; e que corpos de presos sejam avaliados por IML e Serviços de Verificação de Óbito.

Agência Globo

Monitoramento dos esgotos vai medir quantidade de infecção do Covid-19. Será feito em São Luís?

Medição vai começar por Minas Gerais, mas deve ser feita em várias regiões do país para apoiar medidas de combate e prevenção

O monitoramento do esgoto passa ser uma das armas no enfrentamento ao novo coronavírus. Tomando como base estudos realizados no exterior, a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e o INCT ETEs Sustentáveis, sediado e coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) lançaram o projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos. A intenção é quantificar, por meio de amostras, a quantidade de pessoas infectadas em uma região e a mudança desses números no decorrer do tempo.

O projeto iniciou em Minas Gerais, em uma parceria da ANA com a UFMG. A universidade de Minas Gerais vai mapear a ocorrência do novo coronavírus no esgoto em diferentes pontos das sub-bacias sanitárias de Belo Horizonte e Contagem. Além de saber como está a ocorrência de coronavírus por regiões, os dados vão permitir a adoção de medidas de relaxamento consciente do isolamento social e ainda pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência da Covid-19 de forma regionalizada. Os métodos usados são os mesmos utilizados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), como explica Juliana Calabria, professora de microbiologia aplicada em engenharia sanitária da Universidade Federal de Minas Gerais.

“Estamos seguindo o protocolo do CDC, dos Estados Unidos, compramos os primes e reagentes indicados por eles. A gente consegue ver ausência ou presença do RNA viral da amostra bem como fazer a quantificação da concentração do vírus em cada amostra”, explica.

A detecção e quantificação do vírus vai possibilitar a elaboração de mapas dinâmicos georreferenciados para o acompanhamento da evolução espacial e temporal da ocorrência do novo coronavírus. Segundo Juliana, o projeto se estende por mais dez meses, mas a UFMG espera ter resultados já nas próximas semanas.

“Esperamos que em duas ou três semanas teremos os primeiros resultados, que serão divulgados. Em última análise o que a gente quer é inserir o número de pessoas que estão infectadas na comunidade. Só que nós vamos ter uma curva, a gente vai ver isso ao longo do tempo, então teremos condições de verificar se essa concentração está subindo, se isso se correlaciona com o número de infectados confirmados, divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais e depois, como é um projeto de dez meses, as amostras vão ser coletadas até dezembro e esperamos mais para frente ver essa concentração do vírus no esgoto decaindo”, ressalta.

O estudo tem grande potencial para auxiliar os especialistas em Saúde no entendimento da circulação do novo coronavírus nas regiões investigadas. Tanto que várias instituições e universidades do país estão recebendo ajuda da UFMG para promover estudos similares. Os primeiros dados serão divulgados no site do INCT, da Universidade Federal de Minas Gerais, e possivelmente na página da Agência Nacional de Águas.

Agência do Rádio MAIS

 

 

 

 

Ministério da Saúde diz, que orientações de combate ao covid-19 precisam chegar às comunidades pobres

A Covid-19 é uma doença causada por um vírus que tem um grande poder de transmissão e essa infecção ocorre de uma pessoa para outra

A Covid-19 é uma doença causada por um vírus que tem um grande poder de transmissão e essa infecção ocorre de uma pessoa para outra. Por isso, quem vive em grandes aglomerações como favelas ou estão em situação precária de saneamento e higiene, precisam tomar cuidado. Para isso, é importante que a população receba as melhores informações. É isso o que explica a médica infectologista, Joana Darc Gonçalves da Silva.

“Conversar com os moradores das favelas, conversar com os líderes comunitários, com as pessoas que estão envolvidas com a proteção social em alguns ambientes, é fundamental. A gente precisa conversar e entender a doença e tentar diminuir o máximo possível o risco de infecção nas comunidades carentes. Essa, na verdade, é uma obrigação da sociedade. A gente proteger, a gente tentar evitar que o vírus se alastre nessas comunidades carentes. E a gente vai conseguir isso através do diálogo”.

Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da COVID-19 podem variar de um simples resfriado até uma pneumonia severa. Os mais comuns são tosse, febre, coriza, dor de garganta e dificuldade para respirar. A informação é necessária para as pessoas, principalmente sobre os riscos e as dificuldades de acesso a informação e os necessários cuidados à questão da prevenção com a distribuição de alimentos e material de higiene, sem falarmos no fornecimento de água, talvez o mais sério problema das comunidades carentes.  Lamentável é que essa responsabilidade do poder público é deixada de lado e os veículos de comunicação, geralmente não levam em consideração as necessárias observações que se fazem bem acentuada à comunicação de massa, daí que muitos podem até levar o problema a sério, mas a maioria se mostra indiferente.

Para evitar a contaminação, mantenha distância mínima de 2 metros entre você e as outras pessoas nos estabelecimentos comerciais, além do uso de máscara. Lave bem as mãos e faça uso do álcool em gel depois de manusear objetos e equipamentos. A melhor forma de evitar o coronavírus é se protegendo. Se você tem dúvida se está com coronavírus, basta ligar para 136 ou acessar no chat pelo site saude.gov.br/coronavírus.

Agência do Rádio MAIS

 

 

 

PGR pede abertura de inquérito para apurar contrato da gestão de Flávio Dino

                                                                 Flávio Dino, governador do Maranhão

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou um pedido de abertura de inquérito contra o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), para apurar suspeitas de irregularidade em um contrato do seu governo, para a compra de combustível destinado a abastecer um helicóptero.

O pedido de inquérito foi enviado na última semana à corte especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araujo, responsável na PGR pelas investigações de governadores. O caso vai tramitar sob sigilo. Procurado, o governo do Maranhão negou irregularidades no caso e disse que o governador Flávio Dino não teve participação nesse contrato feito pela Secretaria de Segurança Pública.

Segundo a investigação, o governo do Maranhão fez um contrato para comprar 175 mil litros de combustível por ano  para abastecer um helicóptero modelo EC-145 usado pela Secretaria de Segurança. De acordo com informações preliminares apuradas pelos investigadores, o consumo anual deste helicóptero, considerado o uso previsto em contrato de 60 horas por mês, seria de 144 mil litros. Para a PGR, há suspeitas de que 31 mil litros tenham sido comprados a mais, o que provocaria prejuízo de R$ 267 mil aos cofres públicos.

“Veja-se, portanto, que a licitação, ao menos aparentemente, está calcada em elementos incoerentes, não condizentes com o consumo esperado para esse tipo de aeronave, gerando fundada suspeita de ilicitude e, em tese, desvio de recursos públicos”, escreveu a subprocuradora em seu pedido de abertura de inquérito.

O caso teve início com uma representação feita por um cidadão à primeira instância do Ministério Público Federal no Maranhão. O primeiro procurador responsável pelo caso avaliou que não havia indícios de irregularidades e arquivou o inquérito. O cidadão recorreu e o caso foi analisado pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, órgão superior que analisa casos de corrupção e temas correlatos. Por unanimidade, a 5ª Câmara decidiu que havia indícios mínimos da ocorrência de crimes e determinou que uma investigação fosse aberta.

Com isso, a apuração da responsabilidade criminal ficou com a PGR, já que o governador Flávio Dino possui foro privilegiado. O inquérito mira um contrato da sua gestão e a PGR vai apurar se o governador teve relação com as irregularidades. Também foi aberto um inquérito civil de improbidade administrativa na primeira instância.

Ao pedir a abertura, a subprocuradora solicitou que o inquérito seja enviado para a Polícia Federal no Maranhão dar prosseguimento às diligências.

Outro lado

Procurado, o governo do Maranhão negou irregularidades e afirmou que Flávio Dino não tem relação com a assinatura do contrato pela SSP.

“A suposta denúncia carece de fundamento e é totalmente desprovida de seriedade. Se houve necessidade de esclarecimentos complementares, a Secretaria de Segurança Pública prestará no momento oportuno. O governo do Maranhão também esclarece, no que se refere ao foro no STJ, que obviamente não é o governador do Estado que pratica atos administrativos sobre a compra de combustíveis na Polícia Militar, tampouco é quem abastece veículos ou aeronaves. Logo, se existir algum procedimento formal, certamente ele não pode se dirigir ao governador, pois seria um disparate jurídico”, diz a Secretaria de Comunicação do governo.

Também em nota, a SSP do Maranhão reiterou que o consumo do helicóptero é de 310 litros por hora e que o contrato pode ser reajustado caso se consuma quantidade menor. “Mesmo diante de possíveis variações de consumo de combustível durante o voo, em decorrência de mudanças de temperatura, velocidade, altitude etc., os valores pagos pela Secretaria de Segurança sempre serão os estabelecidos pelo real consumo da aeronave, comprovados através de notas fiscais dos abastecimentos”, diz a SSP.

Fonte: Jornal Extra e Yahoo Noticias