Balões juninos estão na pauta do Congresso

balõesQuem olhar para o céu na noite de hoje pode ver mais que estrelas. É Dia de São João, e os balões de festa junina — ou balões de São João — continuam subindo em todo o Brasil, apesar de proibidos desde 1998. São acusados de provocar incêndios e de prejudicar a aviação. A tradição trazida de Portugal se mantém nos meses de inverno principalmente no Nordeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Sensível à questão, o Congresso analisa dois projetos de lei: um que aumenta a punição para quem solta balão (PL 753/2011) e outro que regulamenta a soltura de balões (PL 6.722/2013). Curiosamente, os dois projetos foram apresentadas pelo mesmo parlamentar: o deputado Hugo Leal (Pros-RJ).

— Primeiro apresentei o projeto que aumenta as penas. Logo comecei a receber mensagens de várias pessoas, entidades, associações, todos os setores, até bombeiros. Estudei o assunto e apresentei o segundo projeto sem retirar o primeiro porque temos que diferenciar o balão criminoso, maior, que muitas vezes carrega fogos de artifício e coloca em risco florestas e locais com combustíveis, daquele balão de festejo, chamado japonês, o balão junino da cultura popular — explicou o deputado.

Amigos e críticos

Uma das associações que ajudaram a elaborar o segundo projeto foi a Sociedade Amigos do Balão, com sede no Rio de Janeiro. O presidente da entidade, Marcos Real, garante que os parâmetros propostos (comprimento máximo de dois metros, boca para bucha com diâmetro de pelo menos 15% do tamanho) resultam em balões incapazes de causar incêndios. Ele estima que 100 mil balões sejam soltos anualmente no Brasil e diz que não há um só registro de acidente aéreo causado por balão.

— Em nenhum país do mundo existe proibição total como a que existe no Brasil. Há no máximo uma restrição para determinado período do ano.  Agora em julho vou ao México para um festival de balões, com todas as despesas pagas pelo governo mexicano. Em Mianmar [antiga Birmânia], a soltura de balões faz parte do circuito turístico oficial.

O senador Humberto Costa (PT-PE) discorda da estimativa de Marcos Real. Representante de um estado onde é forte a tradição das festas juninas, ele garante que não vê ninguém soltando balões nessas ocasiões.

— Essa prática é decrescente graças à proibição. Eu considero um equívoco flexibilizar a lei. Balão traz problemas em relação à aviação civil e cria possibilidade de incêndios em áreas urbanas e florestais — disse o senador.

Major do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, Ester dos Santos concorda com Humberto e ressalta que balões costumam ser soltos justamente na época de estiagem, quando a seca faz o fogo se propagar mais facilmente. Ela questiona a flexibilização da lei.

— Que pesquisa foi feita para determinar qual tipo de balão pode ser solto? O projeto tenta se justificar apenas pela preservação da cultura popular, sem dados científicos sobre riscos. Além disso, a fiscalização fica complicada: não tem como olhar para o céu e saber se determinado balão é autorizado ou não.

Realmente não houve um trabalho científico para detectar qual é o balão seguro. O autor do projeto e o presidente da Sociedade Amigos do Balão informam que os limites de tamanho sugeridos foram determinados com base na experiência dos baloeiros.

Sem fogo

Outra opção para manter a cultura popular nas festas juninas são os balões sem fogo — admitidos por leis municipais em metrópoles como Rio de Janeiro (Lei 5.511/2012), Niterói (Lei 92/2012), São Gonçalo (Lei 485/2013) e São João de Meriti (Lei 1.860/2012), no estado do Rio de Janeiro, e Cerro Azul (Lei 27/2012), no Paraná. No estado de São Paulo, a ideia está sendo votada pela Assembleia Legislativa (Projeto de Lei 469/2012).

O balão sem fogo, construído com material biodegradável, é inflado com ar quente — geralmente por meio de maçarico —, mas não carrega bucha, cangalhas inflamáveis nem fogos de artifício. O que o mantém por mais tempo no ar, percorrendo distâncias maiores, é o fato de ter tons escuros na parte superior, fazendo o papel absorver o calor do sol e assim preservar o ar interno mais leve que o externo.

Festivais

O fato de o balão sem fogo — também chamado de balão ecológico — ser autorizado em várias cidades propiciou o surgimento de festivais, mas sempre com necessidade de autorização prévia. Em geral, é necessária a liberação do corpo de bombeiros, da Aeronáutica e da polícia militar. A aviação civil também precisa autorizar eventos desse tipo para que o tráfego aéreo não seja prejudicado.

— O balão sem fogo está sendo uma boa mudança de hábito. A receptividade está sendo muito boa, total. Mas é preciso lembrar que funciona apenas durante o dia e depende de cor, volume, lastro e sol — explicou Marcos Real, da Sociedade Amigos do Balão.

“No Brasil, temos a ideia de que os negros são inerentemente inferiores”

Adilson José Moreira, professor de Direito na Fundação Getúlio Vargas apresentou, no ano passado, sua tese no doutorado de Direito de Harvard Law School sobre a questão racial no Brasil. Sua conclusão acadêmica vai direto ao ponto. “O racismo é um sistema de dominação social e o seu objetivo sempre foi o mesmo: garantir a hegemonia do grupo racial dominante”, disse. “No Brasil, nós desenvolvemos essa ideia de um racismo recreativo”, diz ele, ao falar sobre os casos de preconceito racial no futebol, por exemplo.

A entrevista é de Marina Rossi, publicada pelo jornal El País

Sua tese expõe um país dominado pela hegemonia branca, cheio de preconceitos e muito longe de uma real igualdade racial, embora haja esforços para mudar o quadro. “A percepção é de que o país tem progredido, em função de várias políticas que promoveram a distribuição de renda, como o Bolsa Família, mas essas políticas ainda não conseguiram promover a inclusão social da mulher negra”, explica. Para Moreira, a justiça racial está diretamente ligada à justiça de gênero. “Sem isso nós nunca vamos conseguir chegar à justiça racial”.

Eis a entrevista.

Você é a favor da implementação de cotas raciais no Brasil, que privilegiam o acesso de negros a universidades ou empregos públicos. Por quê?

Eu sou favorável às ações afirmativas e, especificamente, às cotas raciais, por vários motivos. Nós vivemos em uma sociedade racialmente estratificada. A população dos afrodescendentes sofre todo tipo de discriminação e de exclusão social. As ações afirmativas nas universidades públicas não são a única forma de se promover a integração e a justiça racial, mas elas são um meio, reconhecido por tribunais brasileiros. Antes de 2002, menos de 2% dos alunos das universidades públicas eram pessoas negras. Após as cotas esse percentual aumentou significativamente, embora ainda seja menor do que 15%.

As cotas não são uma medida paliativa?

O racismo não é apenas um comportamento individual. É um sistema de dominação social e seu objetivo sempre foi o mesmo: garantir a hegemonia do grupo racial dominante. Por isso precisamos de políticas públicas. Precisamos de um processo de formação de professores que os torne capazes de tratar da questão racial dentro da sala de aula. Precisamos promover a educação cultural do povo brasileiro, no que diz respeito à história do Brasil, da África e da população negra no Brasil.

Essa mudança já começou a acontecer ou ainda estamos muito longe disso?

O que as pessoas que são contrárias às ações afirmativas e às cotas dizem? Que o que precisamos é criar escola pública de qualidade. Isso não é o suficiente, porque a estratificação racial não é produto apenas de uma questão de classe. As políticas sociais precisam tratar especificamente do problema da mulher negra, por exemplo, que é o grupo mais discriminado, vilipendiado que existe na nossa sociedade. A percepção é de que o país tem progredido, em função de várias políticas que promoveram a distribuição de renda, como o Bolsa Família, mas essas políticas não conseguiram promover a inclusão social da mulher negra. A luta contra o racismo é também contra o sexismo porque a mulher negra ganha até 75% a menos do que o homem branco.

Qual é o papel do ministro Joaquim Barbosa nesse contexto de democracia racial?

Quando você vê um número cada vez maior de pessoas negras ocupando papeis de destaque, desperta nos jovens negros a ideia de que eles também terão a capacidade de chegar a algum lugar. Um outro elemento importante é o papel do Supremo na discussão sobre a questão racial no Brasil. Nós tivemos durante cerca de 50, 60 anos, um discurso oficial baseado na ideia de que o Brasil é um país que conseguiu transcender a questão racial. A decisão do STF [de apoio] sobre as ações afirmativas teve uma importância muito grande porque é a primeira vez que a corte máxima rejeita essa imagem falsificada sobre a realidade do país.

E o que falta acontecer no Brasil?

Faltam muitas coisas (risos). Precisamos ter debate público sobre a desigualdade geral no Brasil. E isso já começou desde a década de 90, quando os movimentos sociais começaram a pressionar o Governo e a ir aos tribunais, solicitando proteção jurídica. A implementação de leis de inclusão e os programas de ações afirmativas são produto dessa articulação dos movimentos sociais. Hoje, após dez anos dessas políticas, já temos um número significativo de homens e mulheres negras inseridos no mercado de trabalho. Da mesma forma que é importante que nós tenhamos mulheres participando da tomada de decisões que afetam as mulheres, precisamos de negros tomando decisões que afetam a população negra.

E por que há tantos casos de racismo no futebol?

No Brasil nós temos a ideia de que as pessoas negras são inerentemente inferiores, então elas podem ter o acesso ao mesmo espaço que as pessoas brancas mas sempre em uma condição subordinada. Desenvolvemos essa ideia de um racismo recreativo, então as pessoas não veem o racismo ou o sexismo ou a homofobia como uma ofensa, como um atentado à dignidade das pessoas, elas acham que é realmente algo engraçado, que eu posso chegar para qualquer pessoa e chamá-la de macaco, de bicha ou de veado e que isso não representa nenhum animus de violência. A ideia é de que você pode ir ao campo de futebol, jogar uma banana ou chamar alguém de preto, macaco, veado e que está tudo bem.

FONTE IHUSINOS

Senador Capiberibe previu que José Sarney jogaria a toalha

      josesarney O senador João Capibaribe, do Amapá, quando esteve em dezembro em São Luís, como membro da Comissão de Direitos Humanos e das Minorias do Senado Federal, que veio ver de perto as barbáries praticadas no Complexo de Pedrinhas, em conversa comigo afirmou que não havia a mínima hipótese de qualquer composição do seu grupo politico com o do senador José Sarney. Afirmou que José Sarney não é confiável, e tenta por todos os meios destruir as pessoas que não lhes são subservientes e é capaz de utilizar os métodos mais escusos para se mante em evidência e garantir interesses políticos e pessoais. João Capibaribe e sua esposa que é deputada federal, quase foram alijados da vida pública por José Sarney, mas felizmente o povo descobriu as manobras e a justiça reconheceu os nossos direitos políticos, destaca o senador amapaense. À época, Capibaribe registrava que José Sarney iria encontrar muitas dificuldades para se reeleger, uma vez que ele conseguiu dividir o grupo que lhes dá sustentação e que a vaga dele já era reivindicada por vários políticos.

      O senador José Sarney fez inúmeras articulações envolvendo a presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula da Silva e o vice-presidente Michel Temer, com vistas que ele fosse candidato único ao senado. A proposta acabou causando maior indignação aos seus adversários e fragmentou ainda mais a sua base, mas ele começou a intensificar o jogo de bastidores como tentativa para reverter a sua situação bastante difícil. Nos últimos dias, mostrava-se bastante macambúzio e decidiu acompanhar a presidente Dilma Rousseff ao Amapá, para o lançamento de ações do programa Minha Casa, Minha Vida, mesmo sabendo que uma pesquisa encomendada por aliados mostrou os reduzidos números favoráveis à sua candidatura e a elevada rejeição. Durante a solenidade chegou a ser vaiado por mais de cinco vezes com gritos de Fora Sarney!  Dizem que o velho cacique, acostumado a ter tudo nas mãos e em algumas das dificuldades foi favorecido pelo judiciário, chegou a olhar para os lados e viu que não tem mais a força do quero, posso e mando. Temendo sair da vida pública derrotadonão hesitou em jogar a toalha e apresentou as desculpas que já eram esperadas. A repercussão da sua desistência causou um grande mal estar na politica maranhense, principalmente para os candidatos a governador e senador do grupo que obedece a sua orientação.

Demora na conclusão da Via Expressa eleva o valor da obra com sucessivos aditivos

 estradaQuando foi entregue o primeiro trecho da Via Expressa, exatamente no dia em que São Luís completou 400 anos, a governadora Roseana Sarney anunciou para o final daquele ano a conclusão das obras interligando ao conjunto do Ipase. Dezembro de 2012 se foi, veio 2013 e agora estamos em 2014 e as obras caminham a passos de cágado, muito embora já tenham consumido milhões de reais em termos aditivos, talvez maiores do que os valores contratados para a execução do trecho rodoviário. Não é preciso ser engenheiro e construtor para verificar, que caso não haja fiscalização do Ministério Publico, mais termos aditivos serão acrescentados e sem previsão de conclusão total da Via Expressa. Essas morosidades propositais e de acordo com interesses de construtores e instituições governamentais é que elevam os valores das obras e sangram criminosamente os cofres públicos. Seria até dever e em respeito ao povo de São Luís, que a governadora Roseana Sarney, declare por ocasião da inauguração, por quanto foi contratada a obra e quanto chegou ao seu final e o povo cobre em praça pública. Comenta-se que a mais nova previsão para a inauguração, a princípio seria o mês de setembro no aniversário dos 402 anos de São Luís, o que significa um atraso de dois anos, prática da administração deste governo para facilitar sucessivos termos aditivos.

Inoperância da Vigilância Sanitária favorece a venda de produtos estragados em supermercados, feiras e mercados públicos

 alimentosA ausência somada à ineficiência da Vigilância Sanitária permite que todos os dias a população leve para as suas residências doenças na compra de produtos estragados, colocados à venda em feiras e mercados e nas redes de supermercados indistintamente. Enquanto nos estabelecimentos públicos o problema é mais agravante na questão de pescados, crustáceos e a carne, nos privados as hortaliças, verduras, frutas, são vergonhosamente colocados à venda produtos totalmente estragados, na certeza de que clientes inexperientesleve-os para casa para colocar em risco a saúde dos seus familiares.

    Os infratores têm absoluta certeza de que não há fiscalização, que abusam com produtos estragados, que podem ser vistos claramente sem a necessidade de uma avaliação, e assim vão explorando consumidores, com a absoluta certeza da inoperânciados órgãos que têm a responsabilidade de zelar pela saúde pública, levando-se em conta, que mesmo comprando produto estragado, o cidadão e a cidadã também está pagando imposto, que muito pouco retorna ao povo em forma de serviços  ou investimentos para a saúde para cuidar das vítimas que consumiram alimentos impróprios para alimentação humana.

    Para exemplificar a verdade, hoje encontramos na loja dos supermercados Bom Preço, da avenida Kennedy, maxixes estragados  no valor de R$ 12;30 o quilograma. Se verifica-se detalhadamente, não teríamos dificuldades em identificar outros produtos, assim como em todos os estabelecimentos das redes de supermercados. Se formos atentar mais de perto paraas feiras e mercados públicas, não iriamos longe para mostrar a verdadeira esculhambação, inclusive com a sujeira, basta verificar os setores de venda  de pescado e crustáceos do Mercado Central  e da Feira do João Paulo.

Canindé Barros quer melhorar o tráfego dos coletivos para diminuir o tempo das viagens

        CANINDÉPor sucessivas vezes tenho criticado a administração municipal, por deficiências e até mesmo inoperância de alguns gestores de pastas integrantes do executivo municipal. Recentemente mostrei algumas ruas do centro histórico da área da Praia Grande, que estavam dificultando o tráfego de veículos e colocando em risco a integridade física de cidadãos e cidadãs, além de causar péssima impressão para turistas, e que agora estão passando por um processo de recuperação.

       Geralmente mudanças causam apreensões e expectativas, mas quando se conhece a capacidade do gestor, a sua competência e a sua identificação com o trabalho que vai ser executado, as apreensões e expectativas são substituídas por esperanças de concretização de ações efetivas. Sem qualquer demérito aos seus antecessores, o engenheiro Canindé Barros, ao chegar à Secretaria de Trânsito e Transporte, já tinha um planejamento para a pasta, inclusive submetido a apreciação do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Ele é um profundo conhecedor dos problemas do trânsito de nossa capital e um estudioso sobre mobilidade urbana, planos diretores urbanos e trânsito com a aplicabilidade da legislação. Há poucos dias conversei com ele, quando me disse que o tráfego dos coletivos varia entre 10 e 15 quilômetros. Com algumas medidas emergenciais, dentro de pouco tempo espera elevar o tráfego para 35 km, e com as obras de construção de corredores de coletivos com várias obras, inclusive já licitadas, espera melhorar ainda mais, muito embora saiba que é crescente o número de veículos emplacados diariamente em São Luís. Com a orientação de guardas municipais, o sério congestionamento de veículos que procedem das avenidas Jeronimo de Albuquerque e Expressa, bem no Cohafuma, diminuiu consideravelmente. Canindé Barros, enfrentauma grande deficiência no número de guardas municipais na SMTT, mas espera resolver o problema com o prefeito, o mais breve possível para a aplicação de ações emergenciais em outros pontos da cidade, enquanto serão executadas obras que estão dentro do planejamento  de mobilidade urbana da Prefeitura de São Luís, que deverão interligar vários bairros com a construção de avenidas. Canindé Barros, constantemente verifica de perto o congestionamento procurando sentir as dificuldades dos condutores de veículos no dia a dia.

“Na Eucaristia se comunica o amor do Senhor por nós”, disse o papa Francisco

Papa“Na Eucaristia se comunica o amor do Senhor por nós: um amor tão grande que nos nutre com Si mesmo; um amor gratuito…”, disse o papa Francisco na homilia durante missa da Solenidade de Corpus Christi celebrada na Basílica de São João Latrão, em Roma, na quinta-feira, 19.

Uma multidão de fiéis participou da celebração e ouviu as palavras do papa que meditou o significado da solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. Francisco disse que “além da fome material o homem leva consigo outra fome, uma fome que não pode ser saciada com comida comum. É a fome de vida, fome de amor, fome de eternidade”.

O papa comentou que “viver a experiência da fé significa deixar-se alimentar pelo Senhor e construir a própria existência não sobre bens materiais, mas sobre a realidade que não perece: os dons de Deus, sua Palavra e seu Corpo”.

Confira a íntegra da homilia:

“O Senhor, teu Deus, (…) te alimentou com o maná, que tu não conhecias” (Dt 8,3).
Estas palavras de Moisés fazem referência à história de Israel, que Deus fez sair do Egito, da condição de escravidão, e por quarenta anos o guiou no deserto para a terra prometida. Uma vez estabelecido na terra, o povo eleito atingiu uma autonomia, um bem-estar, e correu o risco de esquecer as tristes vicissitudes do passado, superadas graças à intervenção de Deus e à sua infinita bondade. Então as Escrituras exortam a recordar, a fazer memória de todo o caminho feito no deserto, no tempo da penúria e do desconforto. O convite de Moisés é o de voltar ao essencial, à experiência de total dependência de Deus, quando a sobrevivência foi colocada em suas mãos, para que o homem compreendesse que “não vive apenas de pão, mas de tudo aquilo que procede da boca do Senhor” (Dt 8,3).

Além da fome material o homem leva consigo outra fome, uma fome que não pode ser saciada com comida comum. É a fome de vida, fome de amor, fome de eternidade. O sinal do maná – como toda experiência do êxodo – continha em si também esta dimensão: era figura de uma comida que sacia esta fome mais profunda que existe no homem. Jesus nos dá este alimento, assim, é Ele mesmo o pão vivo que dá vida ao mundo. Seu Corpo é verdadeira comida sob a espécie de pão; seu Sangue é verdadeira bebida sob a espécie de vinho. Não é um simples alimento com o qual sacia nossos corpos, como o maná; o Corpo de Cristo é o pão dos últimos tempos, capaz de dar vida, e vida eterna, porque a substancia deste pão é Amor.

Na Eucaristia se comunica o amor do Senhor por nós: um amor tão grande que nos nutre com Si mesmo; um amor gratuito, sempre à disposição de todos os famintos e necessitados de restaurar as próprias forças. Viver a experiência da fé significa deixar-se alimentar pelo Senhor e construir a própria existência não sobre bens materiais, mas sobre a realidade que não perece: os dons de Deus, sua Palavra e seu Corpo.

Se olharmos ao nosso redor, daremos conta de que existem tantas ofertas de alimento que não vem do Senhor e que aparentemente satisfazem mais. Alguns se nutrem com o dinheiro, outros com o sucesso e com a vaidade, outros com o poder e com o orgulho. Mas a comida que nos alimenta verdadeiramente e que nos sacia é somente aquela que nos dá o Senhor! O alimento que nos oferece o Senhor é diferente dos outros e talvez não nos pareça assim saboroso como certas iguarias que nos oferecem o mundo. Agora sonhamos com outros alimentos, como os hebreus no deserto que choravam a carne e as cebolas que comiam no Egito, mas esqueciam que aqueles alimentos eram comidos na mesa da escravidão. Eles, naqueles momentos de tentação, tinham memória, mas uma memória doente, uma memória seletiva.

Cada um de nós, hoje, pode se perguntar: e eu? Onde quero comer? Em que mesa quero me alimentar? Na mesa do Senhor? Desejo comer comidas gostosas, mas na escravidão? Qual é minha memória? Aquela do Senhor que me salva ou a do alho e das cebolas da escravidão? Com que lembrança eu satisfaço minha alma?

O Pai nos diz: “Te alimentei com o maná que tu não conhecias”. Recuperemos a memória e aprendamos a reconhecer o pão falso que ilude e corrompe, porque fruto do egoísmo, da auto-suficiência e do pecado.

Daqui a pouco, na procissão, seguiremos Jesus realmente presente na Eucaristia. A Hóstia é nosso maná, mediante o qual o Senhor nos dá a si mesmo. A Ele nos dirigimos com fé: Jesus, defende-nos das tentações do alimento mundano que nos faz escravos; purifica nossa memória, para que não se torne prisioneira da seletividade egoísta e mundana, mas seja memória viva da tua presença ao longo da história do teu povo, memória que faz “memorial” do teu gesto de amor redentor. Amém. (CAS).

CNBB com Rádio Vaticano. 

Organização Mundial de Saúde detecta vírus da poliomielite no Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) detectou o poliovírus selvagem tipo 1, que causa a poliomielite, durante coleta de amostras feita em março, no sistema de esgoto do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, São Paulo. A OMS informou que novas coletas subsequentes realizadas no mesmo local deram resultado negativo para o WPV1, sigla do vírus em inglês, ou então acusaram positivo para outros tipos de vírus. A agência da Nações Unidas para saúde informou que a cepa do vírus detectada em Campinas é da mesma família da que foi encontrada em um caso de pólio na Guiné Equatorial. Segundo a OMS, o vírus foi detectado numa coleta de rotina nos sistemas de esgoto e não há nenhuma evidência de transmissão do WPV1. O Brasil está livre do vírus da pólio desde 1989 e a região das Américas, desde 1991. As autoridades de saúde brasileiras aumentaram a vigilância para detectar sinais do WPV1 e de possíveis casos da doença. A vacinação contra a poliomielite em São Paulo cobre 95% da população infantil. A próxima campanha está marcada para novembro e o alvo são as crianças de 6 meses a 5 anos.

Felipão critica Globo por leitura labial: “grande palhaçada”

O técnico Luiz Felipe Scolari aproveitou a entrevista após a vitória por 4 a 1 sobre Camarões na tarde desta segunda-feira para criticar a detentora dos direitos de transmissão da Copa do Mundo, Rede Globo. O treinador reclamou do quadro Jogo Falado, do programa  Fantástico, no qual as falas do técnico são identificadas por leitura labial e expostas ao público.

Felipão reclamou da Globo enquanto falava sobre o posicionamento de Oscar, que no primeiro tempo jogou próximo demais aos atacantes, o que fez com que deixasse vazio no meio-campo. A consequência disso foram os chutes longos da defesa para o ataque, já que o meia deveria fazer essa ligação. O técnico tentou alterar isso antes do intervalo, mas encontrou dificuldades para passar instrução.

“No jogo, ninguém escuta ninguém. O problema é que agora tem uma TV querendo ouvir, e eu acho isso uma grande palhaçada. Não temos nem liberdade para trabalhar em campo”, afirmou Felipão. Na estreia, na vitória por 3 a 1 sobre a Croácia, o treinador foi flagrado, entre outras coisas, cobrando mais vontade do jogador, enquanto dizia “está muito morno, muito morno”.

O quadro é usado pela emissora desde a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, quando expunha as frases do técnico Carlos Alberto Parreira, hoje assistente-técnico de Felipão, e do então assistente Mario Jorge Lobo Zagallo. A leitura labial já era uma preocupação de Scolari, que nos treinos na Granja Comary chegou a dar instruções cobrindo a boca – os jogadores também têm usado essa tática.

Curiosamente, o Fantástico não fez a leitura labial do segundo jogo da Seleção Brasileira, o empate contra o México por 0 a 0, no Castelão, em Fortaleza. No programa de domingo, escolheu a vitória do Chile por 2 a 0 sobre a Espanha, depois de flagrar o volante Marcelo Díaz gritando “Fuera. Adiós, España” (“Fora. Adeus, Espanha”) na comemoração de um dos gols. O resultado eliminou os atuais campeões mundiais.

IGREJA CATÓLICA E A FETAEMA PREOCUPADOS COM OS CONFLITOS AGRÁRIOS DE CODÓ

feitaemaA Fetaema é a referência de defesa de direitos e da dignidade de homens e mulheres no meio rural maranhense.

Os problemas tomam dimensões inimagináveis. Caso não haja uma intervenção imediata das forças de segurança pública, muitas vidas poderão ser sacrificadas pela violência imposta por jagunços a serviço de grileiros e latifundiários. A Fetaema já esteve em várias comunidades do município de Codó, defendendo os direitos de quilombolas e denunciando a omissão dos poderes constituídos, o que favorece os grupos que tentam massacrar trabalhadores e trabalhadoras rurais, procurando retirá-los das suas posses seculares. O presidente da Fetaema, Chico Miguel, advogados e secretários da entidade já estiveram por inúmeras vezes em algumas áreas e participaram de atos públicos, mas de nada tem adiantado, uma vez que a força política dos elementos é mais forte. Embora os fatos sejam de conhecimento do Governo do Estado, até o momento ele não deu qualquer sinal para evitar a iminência de atos sangrentos. Hoje, uma equipe da Fetaema retornou a Codó, com vistas a uma nova avaliação dos fatos para fazer nova denúncia ao Ministério da Justiça, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos e a Anistia Internacional, além de ratificar o que já foi encaminhado as autoridades locais.

               Reunido em São Luis, o episcopado maranhense expressou em documento de solidariedade ao povo sofrido de Codó, principalmente da comunidade Vergel, que teve incendiada uma capela da Igreja Católica, integrante da Paróquia de São Raimundo. Há poucos dias estive conversando com o bispo, Dom Sebastião Bandeira Coelho, da Diocese de Coroatá, que abrange o município de Codó. Ele me afirmou que o problema é muito sério em várias comunidades, destacando-se asquilombolas. O mais grave é que a violência é pública e as autoridades locais responsáveis pela ordem, respeito e garantia dos direitos dos cidadãos, se omitem totalmente aos fatos, garantido o trânsito e as ameaças diárias feitas por jagunços a serviço de grileiros e latifundiários. Dom Sebastião Bandeira irá à comunidade Vergel celebrar com povo que vem sendo oprimido pelas forças dos poderes e, não se curvará a qualquer ameaça. A sua missão profética, a defesa dos pobres, oprimidos e excluídos são compromissospara a construção do Reino de Deus, afirmou o Bispo de Coroatá.

As preocupações declaradas pelo bispo Dom Sebastião Bandeira, da Diocese de Coroatá, foram após reunião do Episcopado Maranhense, quando foram analisados os graves problemas no meio rural de Codó e outros municípios, causados pela opressão e violência armada sob o comando de políticos, empresários, latifundiários, grileiros e gente do agronegócio, com o apoio integral do Governo do Estado.