Ministro Barroso: A guerra de Israel ao Hamas terrorista não se iguala ao Holocausto

Presidente do STF não confronta Lula, mas diz ser evidente que guerra de Israel ao Hamas terrorista não se iguala à barbárie de Hitler com judeus

Questionado sobre a fala antissemita do presidente Lula (PT), que comparou a guerra de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto pelo nazismo de Adolf Hitler, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, criticou, nesta quarta-feira (21), a tentativa do Lula, de igualar a barbárie nazista à reação do governo de Benjamin Netanyahu ao grupo terrorista do Hamas, na Faixa de Gaza. Em entrevista à GloboNews, Barroso disse que trataria o tema do massacre de seis milhões de judeus na 2ª Guerra Mundial com muito respeito e seriedade, porque o Holocausto foi uma desumanidade mais profunda do que uma guerra.

Ao resistir dizendo que tentaria evitar problemas confrontando o petista, o ministro avaliou como sensatos os pronunciamentos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que pediu retratação de Lula, e do líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), que expôs que seu amigo e presidente da República feriu seus sentimentos com a referência ao Holocausto.

Barroso disse considerar, tão evidente quanto o fato de o Hamas ser um grupo terrorista, que o tema do Holocausto não deve ser banalizado, porque mexe com sentimentos e com um passado de um sofrimento inimaginável, para judeus como ele. Bem como para quem viu e conhece vítimas, para quem viu as cenas e visitou o Museu do Holocausto, no campo de concentração, em Auschwitz. como o ministro fez.

“Eu fui a Auschwitz. Impossível você avaliar a barbárie que foi aquilo. Aquilo não foi guerra. Foi uma desumanidade mais profunda do que se possa imaginar. O que está acontecendo no Oriente Médio é uma guerra. E aí eu acho possível ter uma visão: Hamas é terrorista, acho que ça va sans dire [é evidente]. Mas é possível ter uma visão duramente crítica da política do Netanyahu, se alguém quiser ter. Mas é uma guerra. Não é um exercício de desumanização das pessoas. Possivelmente a coisa mais impactante que eu já vi na minha vida foi Auschwitz. Eu aí de lá, [foram] dias para se recuperar daquela energia do que aconteceu ali. Então, eu trataria isso com muito respeito e muita seriedade”, concluiu o ministro Barroso.

Jornal da Cidade Online

 

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