* Por: Mário Rogerio Araújo
Com três vezes mais energia que a gasolina comum, por possuir maior quantidade de energia por unidade de massa (120,7KJ/g), o hidrogênio verde (H2V), tem sido uma das apostas de empresas e nações para controlar o aquecimento global. Considerado o combustível do “futuro”, o hidrogênio verde surge como solução para: transformar o sistema energético global, descarbonizar a economia e uma opção para a Europa nesse atual contexto de guerra, substituir o gás importado da Rússia.
Em mundo cada vez mais ambientalmente consciente e disposto a investir em Pesquisa e Desenvolvimento, pode-se afirmar que o hidrogênio verde já é o combustível do “hoje”, de quem quer mudar o mundo e, se preparar para a próxima grande transição da matriz energética.
Presente na natureza em grande escala em combinação com outros elementos: o hidrogênio está na água, nos hidrocarbonetos, como gás, carvão e petróleo. Para obtê-lo na forma pura, é necessário separá-lo por meio térmico. Nesse processo, o vapor reage com um combustível, a exemplo, do hidrocarboneto, produzindo hidrogênio. Neste tipo de geração, há emissões de carbono, gás poluente.
O hidrogênio enquanto combustível podem ser de diferentes “cores” que indicam o tipo, a fonte de combustível usado: hidrogênio marrom (é o hidrogênio feito por meio da gaseificação do carvão); hidrogênio cinza (produzido a partir de combustíveis fósseis, e emite CO2); quando a produção vem de gás natural e há captura e armazenamento de carbono, temos o hidrogênio azul.
A revolução vem do hidrogênio verde (ou renovável) por ser considerada a fonte de combustível mais limpa do universo. Diferente dos combustíveis fósseis, não gera gases poluentes durante os processos de combustão e produção.
A origem da denominação hidrogênio verde ocorre em razão da energia usada na eletrólise da água, ou seja, a água (H2O) é decomposta: hidrogênio e o oxigênio que compõem as moléculas de água são separados por meio de uma corrente elétrica contínua, vir de fontes de energia renováveis, como eólica, fotovoltaica e hidrelétrica, sem emissão de carbono. Paira uma dúvida entre os estudiosos se as hidrelétricas seriam consideradas verdes, em razão do impacto ambiental durante a construção.
Para obter o selo “verde”, é fundamental que o todas as etapas do processo de produção e transporte do hidrogênio utilizem exclusivamente energias renováveis, sem o uso de combustíveis fósseis ou de outros processos prejudiciais ao meio ambiente.
Ao ser isolado, o hidrogênio pode ser usado para armazenar e gerar energia por meio de células de combustível (em veículos de pequeno, médio e grande porte, como automóveis e caminhões); pode servir como insumo para produção siderúrgica, química, petroquímica, agrícola, alimentícia e de bebidas; e também como combustível para navios e aviões; para aquecimento de edificações etc. A disponibilidade do hidrogênio verde vai ajudar, portando, vários outros segmentos industriais no processo de descarbonização.
Atualmente as montadoras de veículos, Honda, Toyota, Peugeot, Hyperion Motores, Cummins, vêm no hidrogênio como bom combustível, desde caminhões pesados e vans de porte compacto, A Honda confirmou no dia 12/12/2022, seu novo SUV(CR-V) movido a hidrogênio com previsão de vendas em 2024. A Toyota o modelo escolhido foi a picape Hilux e, o Corolla Cross H2V com motor a combustão de hidrogênio. Recentemente a Rolls-Royce e a easy Jet iniciaram testes para utilizarem hidrogênio em aeronaves comerciais. O hidrogênio verde (H2V) já é o combustível de hoje!
*Mario Rogério Araújo é engenheiro agrônomo, foi extensionista da Emater – MA e hoje é pesquisador em Fortaleza.