Os usuários de transportes coletivos de São Luís, nunca na última década foram tão desrespeitados em seus direitos, como agora. A greve surpreendente de hoje é mais uma na atual administração municipal, que tem dado plena demonstração de que lhes falta competência para fazer funcionar efetivamente um serviço essencial de acordo com princípios emanados da lei, em que é concessionária. O problema toma dimensão tão grave, que de acordo com aa Associação dos Usuários dos Transportes Coletivos de São Luís, a atual administração iniciou o seu período com mais de 900 coletivos prestando serviços na capital e hoje está reduzida a um pouco mais de 500. Os ônibus novos foram negociados ou transferidos para outros Estados e em nossa capital ficaram apenas as sucatas.
A verdade é São Luís é sem qualquer dúvida a capital brasileira com o pior serviço de transporte coletivo e sem perspectiva de melhorias, além de que os valores das passagens são elevados em comparação aos serviços. Acredito que em nenhuma outra cidade brasileira se tenha registros diários de coletivos com panes mecânicas, em que usuários são abandonados em ruas e avenidas, que na maioria das vezes são obrigados a pagar outra passagem para chegar ao local de trabalho.
A velha bandalheira entre empresários, rodoviários e o poder público
Segundo os rodoviários, o acordo coletivo de trabalho estabelece que em fevereiro, os empresários deveriam acrescentar aos salários da categoria, um percentual de 7%, o que não foi feito apesar das sucessivas cobranças. Como sempre, a estratégia de empregado e empregador é que um cobra e o outro diz que não tem condições e deixa claro, que para honrar se torna necessário reajustes nos valores das passagens ou aumento nos subsídios. A motivação atual é que a Prefeitura de São Luís e o Governo do Estado estariam com os seus repasses às empresas atrasados, além da necessidade de um reajuste emergencial para que elas possam honrar compromissos com os rodoviários. O que estamos assistindo hoje é que não houve maiores questionamentos sobre o impasse e apenas uma frustrada tentativa de negociação com o Ministério Público e a Justiça do Trabalho. A greve foi decretada de forma irresponsável e emergencial pelos rodoviários para que os seus interesses, que sempre estão acima da lei e da justiça sejam atendidos em detrimento ao direito da população, mais uma vez tripudiada.
A população de São Luís que dispõe de um serviço de transporte coletivo altamente deficiente com uma frota totalmente sucateada, sofre todos os dias, diante da indiferença exacerbada do prefeito de São Luís, que demonstra, primeiramente não ter um mínimo de respeito ao povo que o elegeu, e segundo não está descartado um novo reajuste de tarifas, sob argumentos de que o recente não foi suficiente para atender os interesses de empresários e rodoviários, com a observação de aumento também para os subsídios.
O que estamos assistindo não é apenas é falta de respeito aos usuários dos transportes coletivos, mas incentivos a revolta e indignação para que povo vá para as ruas em movimento por garantia de respeito e direitos.
Fonte: AFD