Justiça Federal quer que o presidente do INCRA faça o assentamento das 150 famílias que deixaram as terras Awá Guajá

     mato

Os 50 agricultores que estão ocupando as dependências externas da Superintendência Estadual do INCRA, devem permanecer no local, ate que o presidente nacional do INCRA, Carlos Guedes venha ao Maranhão para perante a Justiça Federal dar uma solução definitiva para o sério problema da necessidade de serem assentados imediatamente. Um pouco mais de 150 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais deixaram as áreas que ocupavam na reserva indígena Awá Guajá, sendo cadastrados pelo INCRA com o acompanhamento do Movimento Sindical Rural para serem assentados em outra área a ser adquirida ou desapropriada pelo Governo Federal através do INCRA, de acordo com decisão do Ministério Público e a Justiça Federal. Apesar da superintendência do INCRA ter assumido a responsabilidade de dar celeridade para equacionar o problema decorrente da mudança traumática, mas pacífica deixando raízes que tiveram que abandonar, como suas roças, os familiares mortos e enterrados no local e muitas árvores integrantes da história deles. Atualmente estão vivendo em situação bastante difícil em um local do município de Pedro do Rosário.

     Um grupo de trabalhadores que deveria ter se cadastrado para ser assentado pelo INCRA, decidiu não seguir a orientação das lideranças da Fetaema, preferindo seguir a cooptação de fazendeiros ocupantes das terras indígenas com milhares de cabeças de gado, os quais lhes davam mantimentos com a pretensão de utilizá-los como bucha de canhão, no caso da necessidade de um conflito com a Polícia Federal. Os grileiros das terras indígenas, muitos dos quais ocupavam mais de 10 mil hectares com gado e exploravam madeiras ilegalmente, constantemente eram assessorados pela Federação da Agricultura do Maranhão, pela Confederação Nacional da Agricultura, a famosa CNA, da senadora Kátia Abreu.

       Um deputado federal do Maranhão, bastante ligado aos grileiros constantemente era visto na área, não para tratar de assuntos de interesses de trabalhadores e trabalhadoras rurais, mas dos grandes grileiros e incentivava os pequenos a permanecer na área. O presidente da Fetaema, Chico Miguel chegou a denunciar o fato a CONTAG e a própria Justiça Federal. Os agricultores que acreditaram no deputado federal e nos grileiros deixaram de se cadastrar e agora estão completamente abandonados, contando apenas com a luta do Movimento Sindical Rural que tenta reverter a situação perante a Justiça Federal, para que possam vir a ser cadastrados. Enquanto é aguardada a vinda do presidente nacional do INCRA, Carlos Guedes para entendimentos entre os trabalhadores, a Fetaema e a Justiça Federal, os 50 trabalhadores continuarão ocupando a sede do INCRA em São Luís. Eles já deixaram claro que não querem apoio de políticos picaretas principalmente do deputado federal, bastante conhecido por ter destruído um ginásio esportivo na capital.

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