O poderoso secretário Sebastião Uchôa silencia diante da fuga e da corrupção e mantém o diretor da Casa de Detenção. É o secretário da mais alta confiança da governadora Roseana Sarney, segundo comentários dentro da Sejap, apesar dos 85 assassinatos no Sistema Penitenciário.
A Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária está mantendo silêncio sobre a fuga facilitada de três perigosos assaltantes de bancos, que estavam recolhidos à Casa de Detenção do Complexo Penitenciário por determinação judicial. Os criminosos teriam deixado a prisão pela porta da frente do presidio por volta das 04 horas da manhã do último dia 28 de agosto, com autorização do diretor da Casa de Detenção e embarcaram em um veículo que já os esperava. Os bandidos José Wilson Pereira o “Juninho”, Rodrigo Bezerra Nunes o “Nego da Usina” e Paulo Leandro Maciel Silva o “Deputado,” teriam escapado mediantea importância de 350 mil reais pela facilitação. Pelo sistemade videomonitoramentodo Complexo Penitenciário de Pedrinhas pode ser perfeitamente verificada a fuga.
Por falta de atenção das instituições a quem cabe a responsabilidade de acompanhar e fiscalizar a realidade dos presos custodiados no Sistema Penitenciário, muitas facilidades são criadas para a corrupção, principalmente pelos diretores de unidades indicados pelo secretário Sebastião Uchôa, integradas por pessoas sem capacidade profissional e até sem a mínima noção do que é uma unidade prisional, o que acaba transformando a função em um balcão de negócios corruptos. Dos três fugitivos, o Paulo Leandro Maciel da Silva, conhecido como “Deputado”, chegou a ser liberado no período de 16 a 23 de julho, através de uma portaria do diretor da Casa de Detenção, Cláudio Barcelos, que criminosamente o qualificou como preso do regime semiaberto e a dispensa de escolta. Há muitas negociatas dentro da Casa de Detenção, inclusive existe uma cantina que seria do diretor, apontada como instrumento para a entrada de armas, celulares, munições, bebidas e todo tipo de droga que é comercializada abertamente dentro das unidades.
Por falta de fiscalização do Comitê de Gestão Integrada, do Ministério Público, do Monitoramento do Sistema Penitenciário, dos juízes das Varas das Execuções Penais e do exigente Conselho Nacional de Justiça,muitas praticas ilícitas predominam dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, bem próximo de todas as instituições.
Há poucos dias tomou uma dimensão bem ampla o vídeo em que o diretor da Penitenciária de Pedrinhas, o empregado terceirizado Salomão Mota Ferreira foi flagrado recebendo o seu aparelho celular de um preso, após ele ter feito inúmeras ligações. A direção da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária, ao invés de instaurar procedimento e afastar o diretor da unidade para apurar o desvio de conduta, veio a público sem o mínimo discernimento manifestar preocupação com o autor da filmagem, considerando natural a atitude do diretor, inclusive relatando que o preso tinha familiares doentes e que estava sendo solidário, como se procedimento de tal forma seja correto. Por decisão expressa do secretário Sebastião Uchôa o terceirizado foi mantido no cargo e coube ao próprio fazer investigações para apurar a autoria das imagens do desvio de comportamento do ato infracional grave.
Quanto a questão do diretor da Casa de Detenção, o bacharel em direito e empregado terceirizado Cláudio Barcelos, responsável pela fuga dos três bandidos assaltantes de bancos, o silêncio predominana Sejap e o secretário Sebastião Uchôa decidiu mantê-lo no cargo, como se o fato fosse bastante relevante, principalmente diante de que teriam sido 350 mil reais para a fuga facilitada, que antes eram precedidas de saídas que chegavam até uma semana. Dentro da unidade prisional, ele não esconde de que é muito forte e se mexerem com ele, muita merda será jogada no ventilador para respingar em muita gente. É bom lembrar que os três bandidos que fugiram, são acusados de terem roubado mais de 12 milhões de reais.
Com o movimento dos monitores que exigem condições dignas de trabalho e salários menos miseráveis, os problemas tomam proporções mais sérias, uma vez que depois de terem baleado um colega, a maioria teme em ser a próxima vítima. Os lideres do movimento que estão ameaçados de serem demitidos pelas empresas terceirizadas, registram que se abrirem a boca do que se passa dentro das unidades prisionais, inclusive com provas, muita gente vai se arrepender, afirmam eles.
Hoje, o GEOP identificou um túnel escavado dentro da Central de Custódia de Presos de Justiça de Pedrinhas. As facilidades para movimentação de presos e várias articulações para a total desestabilização nas unidades prisionais é facilitado em razão de que a maioria dos detentos está fora das celas.