Ministério Público Federal não acusa pajé que mandou esquartejar índio

Em decisão que provoca estupefação inclusive entre procuradores, o Ministério Público Federal (MPF) alegou “respeito à cultura” para não denunciar à Justiça um dos crimes mais hediondos da História: a morte e esquartejamento de um adolescente índio de 16 anos, a mando do pajé e do cacique da etnia munduruku, em Itaituba (PA). O MPF avalizou a versão de que a vítima teria causado afogamento de outro índio por “magia negra”. O procurador de Justiça no Rio, Marcelo Rocha Monteiro, chocado, considerou a interpretação “assustadora” e “absurda” do MPF

CF protege a vida

Rocha Monteiro lembrou que a Constituição Federal (CF) não assegura a ninguém, nem mesmo a indígenas, o “direito” de matar pessoas. Executado a tiros por dois índios, dentro de sua própria casa, o garoto foi arrastado por 10 quilômetros e esquartejado à beira do rio Cabitutu.

O corpo foi picado pequenos pedaços, “retiraram seu fígado e coração, triturando-os”, conforme relato chocante do próprio MPF. A decisão de não punir o homicídio se baseia em parecer de um “analista de antropologia” e outras concepções e interpretações equivocadas.

Coluna do Claudio Humberto

 

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