Povos Akroá Gamella, além da violência dos PMs tiveram as cabeças raspadas na Delegacia de Viana

A Comissão Pastoral da Terra e o Conselho Indigenista Missionário continuam cobrando das autoridades federais providências sobre a invasão de policiais militares sem autorização e nem mandado judicial a comunidade indígena Cajueiro dos Akróas Gamella. Além de terem torturado inúmeros índios, prenderam e algemaram vários deles e conduziram para a Delegacia da Polícia Civil de Viana, onde foram tratados como bandidos e tiveram as suas cabeças raspadas.

O conflito teve como fator determinante a invasão da área indígena pela empresa de energia Equatorial, que com licença da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, sem qualquer valor jurídico, para construir um linhão, sem consulta aos povos indígenas. Diante do fato, a Procuradoria Federal do Maranhão, já cobrou da Sema, esclarecimentos sobre o fato da licença que teria autorizado para uma área indígena. Os empregados da Equatorial se manifestando indiferentes e advertidos que estavam praticando ilegalidade, decidiram ignorar o povo da comunidade Cajueiro, o que deu origem ao conflito e os índios incendiaram veículos dos infratores.

Diante dos fatos, a Polícia Militar entrou na área não para pacificar o problema, mas para praticarem violência contra os indígenas, que inclusive deram detalhes de toda a operação militar fortemente armada, com se fossem enfrentar bandidos, tanto numa Carta endereçada a instituições nacionais e internacionais, como em depoimentos feitos a agentes da Pastoral da Terra.

Feridos na sensibilidade e revoltados com a infâmia racista da Polícia Militar e Polícia Civil do Maranhão, inúmeros deles decidiram também raspar a cabeça, mas a maioria no momento da forte indignação lembrou que podem doar os seus cabelos para o hospital Aldenora Belo fazer perucas para as pessoas portadoras do câncer que com o tratamento perdem os cabelos.

Com a denúncia internacional, algumas entidades manifestaram o desejo de vir ao Maranhão para ver a realidade dos povos indígenas e o tratamento que é dado a eles pelos órgãos da segurança pública do Estado. O temor de entidades é que o povo Akroá Gamella possa vir a sofrer outro massacre como o dia 30 de abril de 2017.

Fonte: AFD  

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