INCRA do Maranhão desafia a Justiça Federal e não assenta trabalhadores que deixaram a área AwáGuajá

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Os agricultores chegaram a discutir o problema com o pessoal do Ministério do Desenvolvimento Agrário

Mais de 50 trabalhadores e trabalhadoras rurais que deixaram a área dos índios AwáGuajá, estão ocupando a sede estadual da Superintendência Estadual do INCRA. Eles de acordo com a Justiça Federal, Ministério Público Federal e INCRA, com o testemunho da Fetaema, firmaram um acordo pelo qual as mais de 150 famílias que deixaram as terras dos povos indígenas seriam imediatamente assentadas em uma área com as mesmas características e tamanho e com infraestrutura como casas, escolas, postos de saúde, armazéns, casas de farinha, implementos agrícolas e pequenos animais para continuassem trabalhando como agricultores, ficando toda essa competência ao INCRA. O acordo foi firmado com o ex-superintendente do INCRA, José Inácio Rodrigues Sodré, que na ocasião garantiu que antes de deixar o órgão para se candidatar a deputado estadual do pelo PT, entregaria a área com os requisitos necessários para os trabalhadores e trabalhadoras rurais continuassem com o suor de cada dia retirar da terra o alimento para as suas famílias. Ele chegou até a propor que o INCRA poderia adquirir a área da fazenda Eldorado, o que foi recusado pelas famílias, tendo adiantado que existiam outras em observação e que o problema seria resolvido dentro do acordo firmado com a Justiça Federal e o Ministério Público Federal.

             Utilizando uma prática bastante ardilosa, que inclusive lhes é inerente, o ex-superintendente afirmou às famílias, que tudo estava encaminhado e que a atual superintendente Fátima Santana honraria fielmente com o acordo. O resultado de tudo isso é que nada foi feito e nenhum dos acordos firmados perante a Justiça Federal foi honrado até hoje.  Durante três horas na manhã de ontem, a superintendente do INCRA com assessores esteve reunida com 50 trabalhadores e trabalhadoras que aguardam as terras, o presidente da Fetaema Chico Miguel e a Secretaria Agrária do Movimento Sindical Rural, Lúcia Vieira. O resultado é que tudo está na estaca zero, o que causou a indignação dos trabalhadores, que se disseram enganados pelas sucessivas mentiras do anterior e a atual dirigente do INCRA.

           Os trabalhadores rurais e a direção da Fetaema devem ter um encontro dentro das próximas horas com o juiz federal Carlos Madeira, quando vão pedir que ele adote as providências necessárias para a resolução do sério e grave problema.  Os trabalhadores pretendem ficar ocupando a sede do INCRA e fazendo movimentos no interior. Eles querem que a Justiça Federal responsabilize criminalmente o ex-superintendente José Inácio Rodrigues Sodré e a atual Fátima Santana, que à época era adjunta, por irresponsabilidade no exercício do gerenciamento de uma instituição federal. Querem também que o INCRA indique outro superintendente ou um gestor para negociar com eles, uma vez que Fátima Santana não merece a confiança deles.

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