Dino vê risco de “berlusconização” no País

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Governador eleito do Maranhão, Flavio Dino alerta para as consequências do descrédito da classe política; na Itália, a Operação Mãos Limpas permitiu a ascensão de Silvio Berlusconi ao poder; “Ele repetiu de outro modo e escala todos os problemas do sistema anterior”, afirma; “A operação revela corrupção e enriquecimento ilícito junto com o financiamento eleitoral. É o momento de discutir com a sociedade quem paga o custo da democracia e quem deve pagar por ele”, defende Dino

              Maranhão 247 – Eleito governador do Maranhão, Flávio Dino fez um importante alerta à coluna política do jornal Brasil Econômico, assinada por Gilberto Nascimento. Segundo ele, é preciso lutar pela reforma política e para que a situação atual não permita algo semelhante ao que ocorreu na Itália. Leia abaixo:

De Gilberto Nascimento, no Brasil Econômico

           Ex-juiz federal, o governador eleito do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), acredita que o cenário do segundo governo Dilma será de grande turbulência política em razão da Operação Lava Jato, que investiga irregularidades na gestão da Petrobras. Ele lembra que as apurações já arrolaram, em diferentes níveis de envolvimento, entre 40 e 50 parlamentares e compara o caso com a Operação Mãos Limpas, que revelou a corrupção na política italiana nos anos 90 e provocou uma reestruturação no sistema político daquele país. Só espera que a conclusão aqui seja melhor do que lá, onde provocou a ascensão do magnata Silvio Berlusconi, também envolvido em diversos escândalos. “Ele repetiu de outro modo e escala todos os problemas do sistema anterior”, comenta.

Para o governador eleito, as investigações e também a decisão do STF que deve impedir a doação para campanhas políticas por pessoas jurídicas (a votação está paralisada por um pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes) criam condições para uma reforma política. “A operação revela corrupção e enriquecimento ilícito junto com o financiamento eleitoral. É o momento de discutir com a sociedade quem paga o custo da democracia e quem deve pagar por ele”, afirma. Dino defende o financiamento público de campanha e a realização de uma constituinte exclusiva para tratar das reformas política e tributária, cuja eleição de integrantes seria em 2016, junto com as disputas municipais. Outra alternativa para impedir a berlusconização do Brasil, na opinião dele, é a retomada do diálogo entre o PT e o PSDB, que comandam a política nacional.

Crença na punição aos corruptores
Antes de iniciar a carreira política, Dino presidiu a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e foi secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele afirma que tem certeza que a Operação Lava-Jato vai terminar com a prisão de corruptos e corruptores. “Na época dos anões do Orçamento (no início dos anos 1990), os senadores José Paulo Bisol e Pedro Simon levantaram a questão da punição também aos agentes econômicos, mas não havia um ator externo à política tão forte quanto o Judiciário é hoje”, opina. Antigo colega do juiz Sergio Moro e de Teori Zavascki, do STF, Dino acredita na independência de ambos para concluir as investigações.

Fonte – Conselho Nacional de Justiça

 

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